terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desconstruir

E então estávamos lá
Na porta de entrada para o infinito
No momento em que o céu caiu sobre nós

O que realmente acontecera
Continuo sem saber dizer, não minto
A distancia enfim, tornar-se-á presente

Não falo para você
Não, não falo para ninguém
Desejo apenas ser ouvido por alguém
Que não entenda o que falo

Tenho controle do que demonstro
Só não do que sinto
Mas quero ver-te outra vez

Estarei aqui, esperando no mesmo lugar
Desconstruindo o que me fez sentir solitário
Eu quero ver-te outra vez

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Viver

Encontrei-me um dia pensando na morte
Não sei se por destino ou por mera sorte
Interrompi a vontade de conhecê-la

Esperei, pois, uma nova alvorada
A fim de nela repensar com calma
Mas ao longo do caminho do sol
Vi-me deixando-a para o anoitecer

Procurei motivos para não estuda-la a fundo
Não conhecer ou pensar, deixá-la para o futuro
Permanecer aqui, alegre e cicatrizado

Inventei mentiras para abandonar ou esquecer
Que era melhor estar presente e sofrer
Do que não voltar a sentir dor 
E então nada mais conseguir sentir

Percebi que os giros não voltam atrás
E o tempo pra ser feliz é agora e quem faz
Valer todo o sofrimento é quem está aqui

Acordei, respirei, agradeci e me alimentei
Segui em frente, levantei e andei
Agradeci novamente, e por mais uma vez
Vi o quanto é belo ser feliz

domingo, 8 de agosto de 2010

O Sono

Mais do que respirar amor e sentir solidão
Essa sensação de estar isolado do mundo
Nada mais é do que uma inventada ilusão
Dos sonhos perdidos, azuis sempre serão
Negros jamais, até que se tornem imundos

Reclamo e aceito o que de bom grado recebo
Estudo, mas não entendo de onde vem
Esse vazio que se aproxima quando menos percebo
E minha alma chora até o fim do tempo
Que acordado fico, pra do sono não me tornar refém

E além eu vou, buscando em mim, você
Querer fazer cair o choro de lágrimas vermelhas
Roubadas do sangue que derrama-se nas veias
Do corpo que não mais meu é se não seu
O querer não se faz poder, não em mim, só em você

E encerro minha dor consumindo mesmo a mim
Que tolo sempre fui em acreditar que podia
Ajudar a quem não queria
Sumindo no vazio da cama que parece estar subindo
Creio que estou enfim, em paz ou não, dormindo