Inimaginável ator dos dias
Passeia pela rua deserta
Desertando a tudo que se via
Imagem de loucura na certa
Gritos brandos ao vento
No céu, nuvens negras de chuva
À noite, sozinho ao relento
O ator se perde na curva
Entre o perdão e a nobre riqueza
Uma tênue linha, um retalho
Na avenida que emana tristeza
O ator se congela, sem agasalho
E sorrateira a noite se vai
Leva embora e chuva e o cansaço
A dor no peito se contrai
É doído cada fino e singelo passo
Se entregar em sua mente, jamais!
Mas um ator só interpreta o papel
E todas as facetas atrás
Se perdem num imenso e anil céu
De cortinas e glórias passadas
Num teatro de plateia muda
Ganha e perde vida o autor de pegadas
Das matas e céus, da casa e da rua
E assim se finda a história
A geografia, a ciência, o saber
Na vida de muitas memórias
Quem será esse ator, eu ou você?
Nenhum comentário:
Postar um comentário