As peças derramam suas cores amargas
iludidas pelos sabores opacos do nada.
Iluminam-se então as dores.
Por todos os cantos, rumores
de que não sobreviverá à alvorada.
Sorrateiramente se esguia a bela flor.
Despetalada não consegue reconhecer o odor
que refresca a memória branda
e faz renascer por onde anda
as peças que já não mais sentiam calor.
Enlaçam-se em correntes de penas
as peças, a flor e as cenas
de ternura que jamais se poderia ver.
Em um quebra-cabeça se encaixam.
Novas pétalas nascem e se acham
perdidas onde sempre quiseram se perder.
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