Rasga as cartas e fotografias
espalhadas por todo armário.
Bota para fora toda a comida
ao ler os versos do seu diário.
Magnetiza a angústia ao escolher
o sabonete que sempre recorda
os dias de um passado distante
perdidos no vão de cada porta
fechada atrás de si mesmo.
O sofrimento não incomoda,
não tanto quanto o desprezo
que por si sentira outrora.
Mas os cortes já conseguiram
fazer da pele algo mais forte.
A vontade é apenas uma:
não depender mais de sorte.
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