terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Estrada do Vento

Aqui nessa estrada de terra, barro e areia
Eu caminho sem destino ou expectativas
Larguei tudo e fui em busca de uma sereia
No deserto inundado de cores passivas

Caminho, olho e vou, sempre em frente
O que não veio comigo está na memória
As noites sombrias invertem os dias quentes
E nessa estrada eu construí uma nova história

Sinto-me leve, respiro o ar puro e caminho
Continuo a caminhar, sem pensar, sem sentir
Caminho sem precisar de amor ou de carinho
Sem raiva, sem ódio, só preciso existir

Avistei há uns dias uma bela sereia
Mas percebi que já não era esse meu objetivo
A liberdade de estar sozinho devaneia
Em minha mente e leva embora meus sentidos

Na calma e tranquilidade está a resposta pra tudo
Não há mentiras nem verdades, só o vento
Que leva o que não presta pra fora do meu mundo
A serenidade tornou-se o meu alívio e sustento

Minhas pernas não doem, não sinto mais fome
Estou completo, mesmo distante e sozinho
Mesmo que isso seja apenas um sonho enorme
Essa estrada é realmente meu caminho

Provavelmente é isso que chamam de Deus
Eu acredito que Ele existe e está bem perto
Quem sabe na brisa estejam os sonhos meus
Que Ele mostrou-me que não estavam certos

Não tenho mais desejos ou vontades
Tudo que restou foi o respeito e a calma
Caminho, caminho, com serenidade
A paz foi trazida pelo vento até a minha alma

Nenhum comentário: