Madeira recortada suavemente faz ecoar
O som das cordas que percorrem o braço
Onde a pele dos dedos desmancha ao fazer vibrar
Do violão, cordas duras como aço
O som que emana solidões e amores
As cordas que dançam incessantes
Os dedos que se ardem em dores
E as vozes que gemem sussurrantes
Num canto vazio, onde o mundo termina
Emana o som do vazio interior
Que corta a alma quando ilumina
Os acordes feitos numa lira de amor
Percorrem rápidos, tocam ligeiros
Vibram elásticas e produzem a voz
Que não tem palavras, mas diz por inteiro
O que sente a alma do “eu” sem o ”nós”
Muda de ritmo, muda de tom
Alivia a dor e causa deslumbramento
Transforma o mundo na velocidade do som
Meu violão, meu amigo instrumento
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