quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Infância

Lembranças vagam na memória, já incerta
Envelhecida, porém, para o amor aberta
Nostalgia. Um passado mesmo sem glórias
Detém uma vida, conta uma bela história

Bela em que se diz o desenho do passado
Linhas tortas, irregulares. Um coração calado
Que contudo pulsa e liberta a imaginação
Mesmo com a morte à espreita, forças faltam-lhe não

Uma mente e um coração, dentro de um único ser
Sentado a olhar o céu, como um pássaro, renascer
Voltar à juventude, não é mais um constante desejo
Quando eu me sinto livre, na ternura do seu beijo

Se o fim fosse agora, iria em paz, realizado, feliz
A vida nos deu muito tempo, transcenderemos como um giz
Que num quadro se desfaz, ensina o começo e vira pó
Lerei isto pra você, quando no fim estivermos a sós

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