segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Rejeição

Cinza
Da cor da fumaça que polui o ar
Da cor do vazio que se apossa do ser
Do meu ser
Toma conta e evolui dentro de si mesmo a se consumir e se expandir
Rouba as cores, as dores, os amores
Leva tudo embora
Estático
Um movimento incerto
Um ciclo interminável de começo imprevisível
Dualista
Como água volumosa que dá vida a uma cachoeira e que inercia uma lagoa
Esse vazio que irrompe de circunstâncias inexplicáveis
De uma simples frase
De um poderoso gesto
O vazio que brota, planta e colhe a si mesmo
Hoje, esse vazio reina
Não sei se porque deixei, ou porque desisti
Porque me magoei, ou magoaram a mim
Porque não me expressei, ou riram de mim
Porque amei errado, ou porque meu amor não tem fim
Porque ele é grande demais e criou o vazio pra tomar conta quando minha mente enfraquece, o coração padece, as palavras não mais aquecem, o pessimismo engrandece e tento colocar um fim em mim
Não sei
Esse vazio me destrói
Mas, hoje, é a única coisa que me mantém vivo

Um comentário:

Maria Helena disse...

Meu querido,
Que poesia fantástica!
Que pessoa linda está tão perto de mim e eu nem sabia até pouco tempo que existia!
Você escreve como quem já viveu intensamente uma vida e pincela cada momento de uma forma magistral.
Sou sua fã!
Bjs