sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A Mulher de Janelas Quebradas (parte III)

Mesmo encantada não se entregava
àqueles que o seu frágil coração exigia.
Sentia-se princesa, pura e imaculada
com toda castidade em constante vigia.

Não era obrigada por família ou igreja,
pois sozinha vivia e de si tomava conta.
Não se permitia o deleite de uma cerveja
ou de qualquer peça que seu seio ainda aponta.

Era apenas vigília e estática, eterna calmaria
nas noites geladas que sua alma cortavam
como foices enferrujadas. Que mal faria

sair à janela e ver aqueles que passavam
com sorrisos sinceros? Que mal isso faria?
Era a sua sombra, seus sentidos choravam.

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